Falar de Lagarto, sem mencionar Assuero, é falar de poesia sem versos e sem rima. Professor de um ecletismo particular, esse poeta e artista, exemplo de perseverança da Companhia de Teatro Cobras & Lagartos, ainda acha tempo para outras funções, sem perder de vista a afabilidade que guarda pelo ser humano. Escritor de muitos ecos e de inúmeros becos que cintilam pelas artérias do Lagarto do meu tempo e de uma época de tantos outros conterrâneos amantes da terra dos Romero, que Laudelino dicionarizou no coração do Brasil.
Do tempo de infância, algumas das minhas são lembranças suas, a caminhar com seus fratelos, colegas de um velho educandário chamado Dom Frei Vital. Lagarto de um período em que fotografias do São João somente eram reveladas nas proximidades do Natal.
Assuero Cardoso hoje conta com uma coletânea de escritos que trazem o pensamento ladino de sua alma poética. Como diria Claudefranklin, um construtor de “versos leves e profundos” e de uma poesia tão lapidada, o que faz desse “papa-jaca”, amante da maniçoba e do ginete, um verdadeiro artesão das letras, com marca e estilo de um artista, cuja estrela brilha por si só.
Pode-se, ainda, afirmar, que esse trovador continuará a encantar gerações, não apenas com seus textos poéticos, mas, sobretudo, através do humor maroto que carrega em suas participações teatrais, e que, por vezes, passeia em seu diálogo comum ou por meio de suas aulas, de forma despretensiosa.
Cumprimentos, Assuero! Que a poesia do seu “nu e noturno” viaje por muitas “tribos”, iluminada pela “lua Lírica” que se reflete como um “espectro no espelho” a desnudar barreiras, para que, no futuro, nem mesmo as “cercas de vidro” possam separar a humanidade.
Um abraço,
Celia de Dozinho